Sistemas de jogos narrativos

Acredito que esteja próximo de concluir a dinâmica básica de Arquivos Paranormais: Mistério (APM). Tenho algumas notas.

Há algum tempo eu critico o uso do termo sistema, que quase sempre superestima a resolução de conflitos e a manipulação de recursos durante os jogar. É quase pensar que a análise de sistemas de jogo narrativos não é sistêmica.

Considero a relação com participantes, dispositivos e interfaces jogo pouco exercitada no design de jogos. A Trupe, Cruzos, Amores da Vila do Caju e Gavaret foram laboratórios que tensionam as porosas e barreiras criadas pela tradição de jogar histórias.

Ao centrar o desenvolvimento de APM na tecitura narrativa e no posicionamento das participantes ante os eventos (direção, agente, audiência), descobri que preciso reconstruir as relações supra e metadiegéticas.

Eu não busco mudar o sentido de como ou quando jogar os dados. Não há uma centralidade de sucessos, fracassos ou custos. Toda a fricção que permite a expressão de quem participa está na resolução processual, emergente e desafiadora de um Mistério.

Acredito que esta seja minha investida mais profunda investigando como jogar histórias. E, para realizar algumas propostas tive de desconstruir a relação que temos com o jogar.

Tudo está um tanto frágil e provisório. Mas sinto um cheiro bom ao revisar este esboço que será usado nos primeiros testes do jogo. Espero que tudo seja bem aipim com café.

Não há prazo para a conclusão deste projeto. Acredito que demore um tanto, mas estou um tanto animado com os desafios que proporei a quem quiser responder as Questões que sustentam os Mistérios de Arquivos Paranormais.

Talvez seja a primeira vez que eu posso dizer que verdadeiramente criei um sistema (e não apenas um método, ou regras e mecânicas) para jogar histórias. Acho que vai rolar uma "outra coisa" bem "outra coisada" quando você for jogar APM. E eu estou muito pilhado para que isso aconteça.

Até lá, seguirei dividindo sobre o processo.