Cruzos, no ar
Cruzos é meu novo jogo e sua campanha de lançamento está no ar! Deixo o convite para que conheçam o projeto, mas eu vou falar um pouquinho mais abaixo. Bora?
Este jogo é sobre personagens arteiras, aquelas que pregam peças, semeiam um tanto de caos e movimentam as histórias. Você não joga com a protagonista aqui, mas com alguém que pode ajudar ou atrapalhar heróis ou vilões.
Eu já flertava com este tipo de história há um bom tempo. O Jefferson (do Lampião) lembrou, inclusive, que tem pelo menos uns 5 anos que comento que queria fazer um jogo com esta pegada.
E olha, não é uma coisa muito simples ao se criar um jogo que tenha a abordagem tangencial de modulação/construção narrativa. E foi justo neste desvio que Cruzos se realizou.
A fuga total de soluções binárias de oposição, de "testes", e até mesmo de "avaliações de margens de sucesso" me fez repensar nas próprias relações internas entre jogos e narrativas (já colonizadas). A necessidade de contextualização constante das situações de jogo cumpriu a função de (de)struturar narrativas, levando-as a outros caminhos.
O tipo de personagem principal em Cruzos não cabe na estrutura formal de jogos narrativos, mobilizados por conflitos sequenciais. Era preciso sublinhar "preguiça, suíngue, gozo, malícia" e todas as leituras consideradas disfuncionais em fantasias de poder no centro do design para conseguir tocar o projeto.
A questão é que a astúcia e qualquer quebra na cintura também foram sequestradas na tradição de jogos para serem domesticadas e inseridas na lógica de mecanismos de recompensa. Em Cruzos, você não "zoa pra se dar bem", você se expressa no zoar.
Nos próximos dias eu vou seguir falando um pouco mais sobre Cruzos. Mas lá na página do projeto você terá toda a descrição de como o jogo funciona. Que tal conferir? ;)
catarse.me/cruzos
#livros #jogos #rpg #rpgdemesa